09 outubro 2025


 

A nova manobra do desgoverno para iludir o eleitorado e conquistar voto dos mais pobres


Nos últimos dias, o país comemorou a notícia de que trabalhadores que ganham até R$ 5 mil ficarão isentos do Imposto de Renda, com redução parcial para rendimentos de até R$ 7.300. À primeira vista, parece uma vitória para a classe média e para os mais pobres. Mas a pergunta é inevitável: será que estamos realmente diante de uma redução de impostos?

A narrativa oficial sustenta que os mais ricos pagam proporcionalmente menos impostos do que os pobres. Com base nisso, o governo elevou a carga tributária sobre a parcela de maior renda, numa tentativa de compensar a renúncia fiscal com os mais pobres. A lógica segue o princípio de “tirar dos ricos para dar aos pobres”.

No entanto, essa comparação é falaciosa. O percentual pode parecer menor, mas, em valores absolutos, a maior parte da arrecadação vem da atividade produtiva: empresas e indivíduos com mais recursos. Ou seja, quem gera riqueza já é responsável pela maior fatia do bolo tributário.

Mais grave do que a retórica é o efeito prático. O ajuste da tabela do Imposto de Renda não foi acompanhado de um compromisso de atualização periódica. Isso significa que, em pouco tempo, a inflação empurrará novamente milhões de trabalhadores para a faixa de tributação.

A inflação, afinal, é um imposto oculto. Ela corrói o poder de compra dos mais pobres — justamente aqueles que supostamente seriam beneficiados — enquanto os mais ricos conseguem proteger-se alocando recursos em investimentos, os de renda baixa não têm essa alternativa.

Esse filme não é inédito. A Argentina já adotou medidas semelhantes, taxando os chamados “super ricos”. Com a escalada inflacionária, cidadãos que antes pertenciam à classe média passaram a ser enquadrados como alvo da tributação, até que até mesmo trabalhadores de renda modesta sofreram o peso do imposto.

O que começou como um discurso de justiça social se transformou em um ciclo de empobrecimento coletivo. E hoje o mesmo risco paira sobre o Brasil.

Ora, tributar cada vez mais aqueles que criam riqueza — empreendedores, empresários e investidores — reduz o incentivo para abrir negócios, gerar empregos e aumentar a produtividade. É esse motor que realmente eleva a prosperidade de uma nação.

Ao sufocar os agentes produtivos e, ao mesmo tempo, expandir gastos públicos sem controle, o governo empurra o país para uma espiral de pobreza disfarçada de redistribuição.

Por trás do alívio temporário, esconde-se uma manobra eleitoreira. O discurso do corte de impostos serve para angariar apoio popular no curto prazo, mas não altera a realidade estrutural: gastos públicos crescentes, inflação persistente e carga tributária que, cedo ou tarde, volta a recair sobre todos.

Assim como ocorreu na Venezuela, medidas populistas podem dar a ilusão de prosperidade inicial, até que não haja mais riqueza a redistribuir.

O resultado é uma sociedade empobrecida, enquanto a elite política e burocrática mantém seus privilégios — não por mérito, mas pelo controle do poder.

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