Tudo que acontece na Venezuela representa o sonho dourado da extrema-esquerda brasileira.
Como explicar de outra forma não apenas o apoio, mas a colaboração absoluta de Lula e do PT com o regime chavista, desde o princípio do processo revolucionário?
A Venezuela foi destruída. As desastrosas intervenções econômicas produziram a miséria para 96% da população. Mais de 8 milhões de pessoas - mais de 20% da população - fugiram do inferno chavista, provocando a maior crise humanitária da história do Continente.
Aqueles que ficaram enfrentam repressão sistemática, com censura, prisões, torturas e execuções extrajudiciais. Os casos são reconhecidos até mesmo pela esquerdista ONU.
Ninguém mais consegue negar que se trata de uma ditadura, apesar de parte significativa da esquerda não se incomodar com isso, ao contrário.
Agora, o regime quer consolidar o poder através da Lei contra o Fascismo, o Neofascismo e Expressão Similares, que foi aprovada na Assembleia Nacional, completamente controlada pelos chavistas.
A lei define características do fascismo: racismo, chauvinismo, classicismo, conservadorismo moral, neoliberalismo, misoginia e todos os tipos de fobia contra os seres humanos e o seu direito a não discriminação e diversidade.
Há ainda definições profundamente subjetivas como defesa da "cultura da morte", "ataques à democracia, instituições e valores republicanos", além da "supressão de direitos fundamentais".
Para definir quem é "fascista", será criada uma "Alta Comissão", formada a partir de decisão presidencial. Quem for pego cometendo o crime de "fascismo", o que pode ser qualquer coisa, poderá pegar de 6 a 12 anos de cadeia.
Órgãos de imprensa que propagarem "mensagens fascistas", ou se negarem a promover "campanhas educacionais sobre o fascismo", serão retiradas do ar. Partidos ou organizações "fascistas" serão fechados, e fica proibida qualquer manifestação "pelo fascismo".
Resumindo, um regime que adota práticas claramente fascistas é cínico ao ponto de acusar seus adversários dos crimes que está cometendo há anos contra o povo, usando o argumento de defesa "da democracia e da República", contra "o ódio e a violência como prática política".
Recentemente, Cuba, outro paraíso socialista, passou uma lei parecida, depois de uma onda de protestos, condenando até mesmo menores de idades a longas penas de prisão pela participação nos protestos.
Mais uma vez, temos uma ditadura brutal utilizando a desculpa da "defesa da democracia" para continuar cometendo crimes contra a humanidade, e acusado seus opositores do fascismo que pratica.
Como alguém no Brasil tem a cara de pau de tratar Lula como um "democrata", sabendo do seu apoio irrestrito a Venezuela e a Cuba, e da defesa das mesmas ideias que levaram esses países à ditadura absoluta?
Leandro Ruschel
05/04/24
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