quinta-feira, 3 de novembro de 2022

Como salvar o Brasil

É inegável que o país atravessa um dos momentos mais sombrios, e arriscados da sua História. Há um forte sentimento de derrota no coração de todo o brasileiro que sonha com um país minimamente civilizado. Toda a luta dos últimos anos parece ter ido por água abaixo com a reabilitação do grande chefe dos esquemas desbaratados pela Lava Jato, trazendo de volta o seu grupo “à cena do crime”, como afirmou o seu próprio vice, enquanto era seu opositor.

A indignação é ainda maior pra quem acompanhou desde o começo todo o processo de sua soltura, anulação das suas condenações e posterior campanha que uniu todo o establishment, desde a grande mídia, até os próprios órgãos responsáveis pelas eleições, para alçá-lo à presidência.
Tudo isso alimenta a fúria das multidões, como nós vimos nos protestos dos últimos dias, que chegam ao ponto do bloqueio das rodovias. É preciso tomar cuidado. O fígado não é bom conselheiro.
Tudo o que o establishment autoritário quer é um motivo para escalar ainda mais a repressão. Além disso, o direito de protesto é sagrado numa democracia, assim como o direito de ir e vir das pessoas. Bloquear rodovia é estratégias dos baderneiros da esquerda, como disse o presidente. Além de ser ilegal, pode gerar mais oposição do que apoio, por parte da população. É preciso agir com inteligência.
Os protestos pacíficos podem ser muito poderosos, caso sejam bem organizados. Para quem não se lembra, a presidente Dilma foi derrubada legalmente através de protestos que não envolveram nenhum ato ilegal.
Hoje existe uma direita mais encorpada e organizada do que em 2018. Há mais parlamentares alinhados à direita eleitos, além de governadores. O conservadorismo veio para ficar e pode salvar o Brasil do projeto totalitário de esquerda, capitaneado pelo ex-presidiário. Há meios de resistir.
Como combater o projeto ditatorial e recobrar as nossas liberdades? Não há “bala de prata” ou solução fácil e rápida. Há um processo de consolidação do movimento em curso que durará décadas. A esquerda passou mais de 50 anos aparelhando o sistema. Nós começamos efetivamente a nos organizar não faz nem uma década. Há um longo caminho pela frente.
Penso nos seguintes pontos mais importantes, que podem ser desenvolvidos concomitantemente:
1- Aprender: é preciso entender o jogo político para poder se posicionar. Isso envolve estudar o tema mais a fundo, lendo tanto autores conservadores, quanto trabalhos seminais da esquerda, para compreender o inimigo. Também é preciso ir além da política, para desenvolver CULTURA, o que se adquire através dos clássicos.
2- Conectar: é preciso ir além dos grupos de Whats; organize com seus amigos, familiares, vizinhos e colegas grupos de estudo e ação, com encontros presenciais e regulares. Também é necessário se conectar com pessoas que tem o poder de decidir. Desde o diretor da escola dos seus filhos, passando pelos representantes na sua cidade, estado e no Congresso Nacional. Eles são mais abertos a esse contato do que você imagina.
3- Militância: mais do que nunca, é preciso fazer pressão. A união entre Executivo e Judiciário, comprometidos com a agenda socialista, produzirá uma série de medidas inaceitáveis através de decretos e outros atos do executivo. Faça pressão nos deputados e senadores. Esteja pronto para ir as ruas e protestar. Mantenha presença nas redes sociais. É preciso desenvolver um estado de pressão permanente.
4- Ocupar espaços: um dos segredos da esquerda é a ocupação de espaços em qualquer grupo que possa exercer algum poder. Desde grêmios estudantis, DCEs e associações de pais e mestres, passando por sindicatos, associações profissionais e chegando aos ministérios públicos, tribunais e outros órgãos públicos. É um trabalho lento e gradual que precisa ser desenvolvido.
5- Prosperar: o conservador deve atuar pelo exemplo. O trabalho duro e a inteligência devem ser direcionados para gerar soluções para a sociedade, através de negócios que criem riqueza individual e comunitária. É preciso conhecer e fomentar o mercado, saber investir e criar um patrimônio. Como diria Napoleão, existem três coisas importantes numa guerra: dinheiro, dinheiro e dinheiro.
6- Redes paralelas: conforme as grandes corporações vão seguindo uma agenda Woke, é preciso fomentar negócios que sejam geridos com base nos seus valores. Não compre de empresas que defendam o contrário daquilo que você acredita. Incentive os negócios mais alinhados às suas crenças.
7- Família: concentre os seus esforços em proteger a sua família. Consolide a sua relação com seu esposo ou esposa, cuide dos seus filhos, projeta-os da cada vez mais nefasta agenda radical de esquerda nas escolas. Fiscalize de perto o que está sendo ensinado a eles. Cobre professores que resolvam militar em sala de aula, ao invés de ensinar.
8- Comunidade: fortaleça a sua relação com os vizinhos e pessoas do seu bairro e cidade. Atue como um exemplo. Seja um “resolvedor de problemas”, aquela pessoa com quem a sua comunidade pode contar.
9- Caridade: a esquerda buscou transformar o estado como o grande ente “distribuidor” de renda e benefícios, o que tem dois efeitos nefastos: a criação de dependentes e a retirada da responsabilidade individual de ajudar o próximo. O conservador deve sempre dedicar parte dos seus recursos a ajudar a quem precisa.
10- Comunicar: desenvolva a sua capacidade de escrever, falar e se apresentar. Cada vez mais, o conteúdo é a moeda corrente da era digital.
De todos os direitos a serem defendidos, o mais importante no momento é a liberdade de expressão. Sem liberdade de expressão não conseguimos nem mesmo expor as nossas ideias e valores. Não por acaso, o primeiro passo de um regime totalitário é a censura. É exatamente o que estamos enfrentando no Brasil.
Para quebrar a espiral de silêncio imposta pelo MEDO, é preciso que todos se engajem nessa luta, em primeiro lugar expondo claramente o seu repúdio a qualquer ato de censura, assim como a oposição aos ataques contra o Estado de Direito, e ao devido processo legal.
O silêncio pode proteger alguém por algum tempo, ao custo da ESCRAVIDÃO.
Como diria Regan, a liberdade nunca está a mais de uma geração da extinção. Nós não passamos a liberdade para nossos filhos na corrente sanguínea. Devemos lutar por ela, protegê-la e entregá-la para que façam o mesmo.
Perdemos uma batalha, mas a guerra ainda é longa, contra as forças do autoritarismo. Desistir não é uma opção.

(Leandro Ruschel @leandroruschel)

Nenhum comentário: